O Japão detectou substâncias radioativas em água marinha em até 16 quilômetros da usina nuclear de Fukushima, localizada no litoral e danificada por terremoto e tsunami do último dia 11. A descoberta pode impactar a produção pesqueira, exportada para vários países. A empresa Tokyo Electric Power Co. (Tepco), que opera a usina, informou que uma amostra coletada na segunda-feira(21/03) a 330 metros do sistema de escoamento da usina tinha uma concentração de iodo-131 num nível 126,7 vezes acima do permitido. Já a concentração de césio -137 era 16,5 vezes maior do que o limite legal.
A pesca está temporariamente suspensa na área. A principal preocupação japonesa é com o césio -137, que permanece mais tempo no ambiente e pode contaminar a vida marinha. “Mas o risco que isso representa está ligado à incorporação dessas partículas radioativas. Se ninguém beber água do mar e não consumir nada da vida marinha naquela região, o risco será baixo”, diz o diretor de radioproteção e segurança nuclear da Comissão Nacional de Energia Nuclear (Cnen), Laercio Vinhas.
Como se trata do primeiro acidente nuclear dessa gravidade à beira do mar, especialistas vêm tendo dificuldades para fazer projeções sobre como a radiação pode se propagar no Pacífico. Mas o medo de contaminação já está provocando estragos. A rede de mercados sul-coreana Lotte Mart cancelou as compras do Japão.
Segundo o professor e doutor da Universidade Nacional de Cuyo (UNCUYO), da Argentina, Jorge Baron, a grande preocupação dos cidadãos é com os riscos de contaminação. De acordo com ele, existem três possibilidades de infectar-se. “Pode ser pelas nuvens, quando aspiramos os materiais radioativos; pelo solo, quando cho¬ve; ou pelos alimentos”, explicou. Os reatores não mais voltarão a funcionar. Deve-se ter cuidado, agora, com a manutenção do material radioativo que se encontra no interior deles para que não vazem, completa o especialista.
Fonte: http://www.folhape.com.br
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